Por que pedalar pode aumentar o desempenho daqueles que correm?

Quando se planeja ou se periodiza o treinamento físico de uma atleta, profissional ou amador, o preparador físico utiliza vários métodos e técnicas aplicadas às capacidades físicas solicitadas em determinado esporte, buscando otimizar a performance. Há muitos que aproveitam outros esportes com o intuito de poupar o atleta do esforço repetitivo da modalidade em que é especialista, prevenindo lesões, ou de complementar o treinamento.

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Há um princípio do treinamento desportivo conhecido por especificidade, que considera importante, se não fundamental, a prática do esporte em questão no treino, o que garante resultado em performance. O mesmo deve ser seguido com foco em quase sua totalidade, ou na maior parte do planejamento. Isso é uma constatação.

A corrida de rua, de caráter cíclico e dependente dos membros inferiores, exige que o seu volume (quilometragem percorrida semanalmente) e intensidade (velocidade, altimetria e tipo de terreno) sejam específicos no treinamento, isto é, correr para correr.

No entanto, pedalar tem se mostrado um esporte complementar, de grande valia, sendo a recíproca verdadeira, na preparação física geral e específica do corredor, devido ao seu caráter cíclico, ao condicionamento cardiorrespiratório, ao fortalecimento dos grupos musculares inferiores e superiores e à prevenção de lesões musculares e articulares.

O ciclismo pode ser praticado de forma indoor, através de cicloergômetro estacionário ou outdoor, por meio de bicicleta, em parques, pistas ou estradas. Há sempre a ressalva do mesmo não ser realizado em número maior de vezes na frequência semanal, se a corrida for o seu esporte principal. Duas sessões semanais, alternando com os dias de corrida, com intensidade baixa a moderada, são bem-vindas.

O ato de pedalar complementa o condicionamento cardiorrespiratório, pois pode servir de sessão de recuperação ativa entre os dias de treino de corrida. Na reabilitação e manutenção do condicionamento aeróbico de corredores lesionados o ciclismo não possui contra-indicações. O fato do peso corporal permanecer apoiado num banco (selim) reduz, significativamente, a sobrecarga sobre os tornozelos, joelhos, quadril e coluna vertebral, preservando essas articulações do esforço repetitivo e do impacto com o piso. No âmago fisiológico, a tolerância de glúteos, coxas e pernas ao esforço aumenta, revertendo-se em posterior desempenho.

O volume e a intensidade do seu treino devem ser estabelecidos com base em testes de aptidão física, sob orientação de profissional de educação física especialista, assim como a possibilidade de encaixar uma segunda modalidade como complemento da sua preparação física para correr. Essas preocupações se tornam relevantes porque o ajuste errado do selim e o volume excessivo de treino podem expô-lo também à lesão.

Se você precisa de uma injeção de motivação em seu treino, inclua o ciclismo em sua rotina!

Bons treinos!!!

Gui Silva

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